Diagnóstico do HPV – Papanicolau x Exames Moleculares

Exames moleculares HPV

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A prevenção e o diagnóstico do HPV são sempre as melhores formas de diminuir os agravos causados pelo Papilomavírus Humano. Considerada uma infecção sexualmente transmissível, o HPV é responsável por casos de câncer de colo do útero, sendo os tipos 16 e 18 causadores de 70% dos cânceres cervicais. A doença ainda pode causar outras complicações para as mulheres como câncer do ânus, vulva, vagina ou orofaringe, assim como doenças cardiovasculares[1]

De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer do colo do útero é o terceiro tipo mais comum entre as mulheres (exceto os casos de pele não melanoma). Para o ano de 2023 foram estimados 17.010 casos novos, o que representa um um risco considerado de 13,25 casos a cada 100 mil mulheres. No Brasil, em 2020, ocorreram 6.627 óbitos por esta neoplasia, representando uma taxa ajustada de mortalidade de 4,60/100 mil mulheres, especialmente na faixa etária de 40 a 49 anos.

Um quadro tão complexo, evidencia a importância da adoção cuidadosa dos procedimentos laboratoriais de análise e prevenção. No Brasil, os dois métodos de análise mais utilizados são: a citológica, conhecida como Papanicolau; e o rastreio molecular, ou seja, a captura híbrida, que identifica a qual grupo pertence o vírus, alto ou baixo risco cancerígeno. O teste PCR, menos utilizado, detecta exatamente qual é o genótipo presente na paciente. Dentre as opções o mais usado para o diagnóstico ainda é o Papanicolau[2], mas o avanço nas pesquisas vem dando cada vez mais espaço aos exames moleculares.

Diagnóstico do HPV por PCR x Papanicolau

Desenvolvido há mais de 80 anos pelo médico George Papanicolaou, o exame preventivo, como costuma ser chamado no Brasil, revolucionou a saúde da mulher e é considerado um procedimento exitoso da Medicina moderna.  A sua adoção a partir dos anos 1940, foi responsável pela queda de 70% na incidência de câncer de colo de útero no mundo.

Realizada periodicamente, a análise citológica do trato vaginal permite acompanhar alterações importantes nas células e detectar o surgimento de lesões imperceptíveis, ainda em fase inicial. Quando diagnosticados e tratados precocemente, é possível evitar problemas futuros com um tumor invasivo. 

Entretanto, esse quadro vem mudando com o avanço da pesquisa molecular de HPV. O PCR está sendo incluído em protocolos de rastreio desde 2012. Inclusive, tornaram-se essenciais e possuem alta demanda como parte da rotina, sendo usados, inclusive junto ao Papanicolau.

Já existem muitas pesquisas publicadas, como é o caso da Unicamp, mostrando a maior eficiência da aplicação do PCR na detecção do HPV, considerado um excelente exame preventivo de câncer de colo de útero, comparado ao exame de Papanicolau, que identifica células já doentes. A detecção do câncer nas mulheres que fizeram o teste de DNA-HPV, por exemplo, foi antecipada em dez anos, ainda em estágios iniciais. Tanto a captura híbrida quanto a PCR conseguem detectar a presença do vírus do HPV antes que haja lesões. 

Essa vantagem em relação ao Papanicolau se deve à tecnologia dos testes moleculares, capaz de identificar exatamente qual o patógeno responsável pela infecção das pacientes. E os resultados positivos e podem se aproximar mais da população. 

No Brasil, a análise de secreções e do tecido vaginal em nível molecular, já é uma realidade no rastreamento para diminuir os agravos causados pelo HPV. A Prefeitura do Recife implementou um programa com teste feito por meio do Kit Nacional de Biologia Molecular, que é realizado de modo semelhante a alguns testes de covid-19. A secreção é coletada da vagina, sem a necessidade de o instrumento tocar o colo do útero das pacientes.

Iniciativas como esta revelam que os testes moleculares são ideais para serem feitos em larga escala, pois são mais automatizados, diminuindo as chances de erro e melhorando rapidez do diagnóstico e a confiabilidade do exame, além de serem especialmente fundamentais para a faixa etária recomendada, devido à sensibilidade de diagnóstico. A realização da captura híbrida em mulheres acima dos 25 anos pode trazer inúmeros benefícios para as pacientes.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Patologia Clínica (SBPC) é necessária uma construção do paradigma para migrar para o PCR de HPV, pois o Sistema de Saúde no Brasil ainda é baseado no Papanicolau, teste rudimentar e que depende muito da interação humana. Outro apontamento é de que o PCR tem a vantagem de diferenciar os subtipos de HPV 16 e 18, que são os mais oncogênicos, e conter controle interno de reação que garante que havia material biológico e a reação transcorreu como deveria. Segundo a SBPC, o PCR deveria ser considerado o método de predileção para rastreio populacional do HPV.

Reconhecimento internacional

Outro ponto de convergência importante no uso do exame molecular em detrimento do Papanicolau está no fato de que mulheres são maioria numérica no país, e são justamente elas que se preocupam mais com a saúde, tanto para medidas de prevenção quanto em exames de rotina. Esse ponto de demanda pode ser somado ao fato de que os testes moleculares possuem o reconhecimento internacional de qualidade, eficácia e confiabilidade.

Enquanto isso, o Papanicolau possui limitações, deixando de detectar aproximadamente 50% dos casos de câncer em estágio inicial. Isso não ocorre com o teste molecular, cuja eficácia apresenta um custo-efetividade que deve ser considerado. 

Estudos demonstraram que mais de 80% das mulheres já apresentavam o HPV, após cinco anos de início da vida sexual. É uma infecção transitória em 90% dos casos, porém, naquelas que persistem, é grande a chance de desenvolver o câncer de colo do útero. 

Iniciativas como a da pesquisa realizada pela Unicamp, revelam estratégias e ferramentas diagnósticas corretas que podem salvar milhares de vidas no Brasil e no mundo e de fato erradicar o câncer de colo de útero, uma doença 100% prevenível. Dentre as estratégias reconhecidas está a imunização contra o HPV, antecipada no Brasil para meninos a partir dos nove anos, como já ocorria com as meninas. Também foram tomadas medidas para que a cobertura vacinal atingisse o mínimo necessário para conter a transmissão do vírus, que é de 80%.

Rotina laboratorial para exames moleculares

Dentro dos laboratórios, os painéis moleculares são aliados de processos mais ágeis já que são executados em uma única reação, de forma automatizada. Financeiramente, representam uma significativa redução de custos em relação aos testes individuais.

Há algumas estratégias moleculares de rastreio para o HPV, mas basicamente, a captura híbrida e a PCR são as que se destacam. A captura híbrida segrega de acordo com os grupos A e B, sendo A alto risco e B baixo risco, quando há presença do vírus, contudo, a PCR além de segregar os tipos realiza a subtipagem com identificação principalmente dos subtipos 16 e 18 que são responsáveis por 70% dos casos de câncer de colo de útero.

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