Dezembro Vermelho – Como o teste de carga viral pode ajudar no tratamento da AIDS

Dezembro Vermelho

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As primeiras infecções pelo vírus HIV foram registradas nos anos de 1977 e 1978 nos Estados Unidos, Haiti e África Central. No Brasil, o primeiro caso da doença ocorreu em 1980, sendo classificado como AIDS em 1982. Em 1984 o vírus foi isolado e em 1985 o agente etiológico recebeu a denominação de Human Immunodeficiency Virus (HIV)[1], surgindo o primeiro teste para detecção do vírus, a partir da presença de anticorpos nas amostras. Hoje em dia, o teste de carga viral é uma das principais ferramentas de monitoramento e acompanhamento da resposta ao tratamento e previsão de evolução da doença.

Quarenta anos após o início da epidemia de HIV/AIDS muitos foram os avanços diagnósticos, com testes sorológicos e moleculares; prevenção e tratamento. Atualmente os diagnósticos de HIV são feitos com uma pesquisa de anticorpos anti-HIV cerca de quatro a oito semanas após a exposição ao vírus. Se a exposição for mais recente, pode ser usada a pesquisa de antígeno p24, o teste de carga viral de HIV ou o teste molecular qualitativo para detectar o vírus no sangue. 

Apesar de todos os esforços, ainda não há uma cura para doença e a prevenção é o melhor caminho para evitar novos casos e complicações da infecção. 

O boletim epidemiológico de HIV/AIDS de 2022 do Ministério da Saúde[2] aponta que de 2007 a junho de 2022 foram notificados 434.803 casos de infecção pelo HIV no Brasil. De 2000 a junho de 2022 foram notificados 878.878 casos de AIDS, sendo registrada, nos últimos cinco anos, uma média de 36,5 mil novos casos por ano. 

A faixa etária com mais casos são jovens de 15 a 24 anos, que desconhecem as formas graves da doença e se arriscam em relações sexuais desprotegidas. Entre 2019 e 2021 foram registrados 102.869 casos em jovens dessa faixa etária, representando 23,7% do total de casos do período.

Informação e testes de diagnósticos e acompanhamento são as principais formas de combater a epidemia e os laboratórios são essenciais nessa luta. Veja como seu laboratório pode ajudar pacientes soropositivos, enquanto abre novas frentes de atuação com inclusão de exames moleculares no portfólio, em parceria com o Base Científica.

Como o teste de carga viral pode ajudar no tratamento da AIDS?

O teste de carga viral fornece uma análise quantitativa de RNA do HIV presente no plasma, fornecendo informações sobre o número de cópias do vírus por mililitro de sangue, sendo utilizado para acompanhamento e definição do tratamento e análise da probabilidade de evolução da doença. Geralmente é utilizado em conjunto com a contagem de linfócitos T CD4 e CD8 — que são as células mais atingidas pelo HIV— para avaliar a função do sistema imunológico.

Quando o teste é realizado com finalidade diagnóstica, a contagem de cópias do vírus pode passar de um milhão por mililitro de sangue, indicando infecção aguda. Já no decorrer dos anos, alta carga viral significa risco aumentado para o desenvolvimento da AIDS e, consequentemente, comprometimento do sistema imunológico. 

Em pacientes em tratamento com retrovirais, o teste de carga viral, quando apresenta resultado baixo, pode contar de 40 a 500 cópias por mililitro ou mesmo chegar a níveis indetectáveis. Esses resultados fornecem informações para a manutenção ou ajustes da medicação, quando necessário.

Exames com resultados indetectáveis, ou seja, abaixo de 50 cópias, não significam que o paciente está curado, mas que o tratamento está funcionando e não havia naquela amostra de sangue o quantitativo mínimo de vírus para detecção.

Por que ofertar o teste de carga viral é bom para o seu laboratório?

Pacientes soropositivos são clientes que podem ser fidelizados, já que ao longo do seu tratamento, o teste de carga viral será uma rotina. Em 2021, mais de 690 mil pessoas estavam em tratamento antiretroviral no Brasil[3] — uma cobertura de 80% dos pacientes diagnosticados — e 95% deles já não transmitiam o vírus, por apresentarem níveis muito baixos de carga viral. 

Quando o paciente começa a utilizar as medicações deve fazer um teste de carga viral de duas a oito semanas após o início do tratamento, para verificar sua eficácia. Após esse período, o teste é repetido a cada três ou quatro meses, para acompanhamento da resposta do organismo ao tratamento. 

Em gestantes e puérperas, o teste é utilizado para definição das melhores medidas de prevenção e profilaxia à transmissão vertical, que ocorre da mãe para o bebê durante a gestação, trabalho de parto e amamentação (que deve ser suspensa em casos positivos para HIV). Entre 2011 e 2019 houve um aumento de 30,8% no registro de gestantes brasileiras com HIV, passando de 2,3 para 3 casos por mil nascidos vivos.

Para as mulheres soropositivas que desejam engravidar, o teste de carga viral é fundamental para o planejamento da gestação, trazendo mais segurança para ela e para o bebê. A carga viral subsidia, inclusive, o tipo de parto a ser conduzido. O parto vaginal, por exemplo, somente poderá ocorrer se a mulher fizer corretamente o tratamento durante a gestação e a viremia estiver controlada. 

Embora o teste de carga viral seja ofertado no Sistema Único de Saúde, o resultado é demorado e muitos pacientes optam por fazê-lo de forma particular. Para aqueles que têm plano de saúde, o teste está previsto no rol de procedimentos da ANS. Essas características o tornam um produto atrativo a ser incorporado ao portfólio de pequenos e médios laboratórios. 

Como o Base Científica e seus apoiados podem ajudar os pacientes soropositivos?

Todo paciente que testa positivo para HIV será também submetido a exames para detecção de outras infecções sexualmente transmissíveis, como HPV, sífilis, clamídia e gonorréia. O Base Científica tem um painel de investigação dedicado exclusivamente a essas e outras IST.

Além da oferta do teste de carga viral, outro importante exame para pacientes soropositivos é o teste para detecção do gene HLA-B57. Estudos têm demonstrado que indivíduos que têm esse gene apresentam baixa viremia e infecção crônica não progressiva para o HIV, resultando em início tardio de desenvolvimento da AIDS. 

O estudo de Altfeld, et al (2003)[4] concluiu que há uma ligação funcional entre o HLA-B57 e o controle imunológico viral, indicando que o HLA-B57 provoca respostas restritas que dominam as respostas de células T CD8 específicas do vírus. Essa característica genética permite que seis a cada nove pacientes soropositivos portadores do gene HLA-B57 controlem bem a viremia por até 29 meses após a infecção aguda, mesmo sem terapia retroviral, quando apresentam carga viral menor que 5 mil cópias/ml.

Apesar da melhor resposta ao vírus, portadores do gene HLA-B57 precisam de cuidados especiais ao iniciar o tratamento medicamentoso. Isso porque eles não podem utilizar o medicamento abacavir, um dos fármacos utilizados em esquemas de tratamento retroviral contra o HIV. 

Outros estudos[5] evidenciaram uma reação de hipersensibilidade a este medicamento em pacientes que têm o gene HLA-B57. Na população geral, 5 a 8% dos pacientes que usam o abacavir apresentam reações adversas. Entre os portadores do gene HLA-B57, essa taxa fica entre 70 e 90%.

As reações ocorrem já nas primeiras administrações — em média após 11 dias de início do uso — e podem provocar sintomas gastrointestinais e respiratórios, febre e exantema cutâneo. Nos casos mais graves de hipersensibilidade ocorre hipotensão, podendo levar à morte. Por isso, é recomendado que todo paciente que vá iniciar o uso do medicamento abacavir faço o teste para a detecção do gene HLA-B57.

O Base Científica tem esse teste em seu rol de exames e seu laboratório também pode contar com este e uma série de outros exames moleculares que vão ajudar os clientes portadores de HIV, como o teste de carga viral e todos os testes do nosso painel de infecções sexualmente transmissíveis, HPV e saúde da mulher, para atender plenamente as mulheres soropositivas em sua saúde sexual e reprodutiva.

Quer conhecer mais sobre nossos painéis? Entre em contato que esclarecemos todas as suas dúvidas e lhe apresentamos as melhores condições para o seu laboratório ser nosso parceiro.

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