Do gênero Pneumovírus, O Vírus Sincicial Respiratório (VSR) é o principal agente responsável pelas infecções agudas nas vias aéreas, afetando brônquios e pulmões de recém-nascidos e prematuros e que apresentam cardiopatias ou problemas crônicos no pulmão.
De acordo com estudos publicados nas revistas The Lancet[1] e The New England Journal of Medicine[2] o VSR é responsável por quase 33,8 milhões de casos de infecção respiratória por ano em crianças com menos de 5 anos, o que ocasiona em cerca de 3,4 milhões de internações quando os casos são mais graves.
É importante mencionar que, como aponta o estudo da Professora Guiomar Oliveira[3], “pessoas de qualquer idade com determinados tipos de doença cardíaca, doença pulmonar, crônica ou deficiências imunitárias” possuem um risco maior de contrair a doença.
Além disso, é sabido que ao ser infectado e tratado, o indivíduo não desenvolve imunidade permanente, podendo assim apresentar novos quadros de contaminação, porém, com sintomas mais leves.
Transmissão e sazonalidade do VSR
O VSR não está associado às baixas temperaturas e a sua incidência vai depender da região demográfica – no Brasil, por exemplo, nas regiões Norte e Nordeste os maiores índices são registrados durante os meses de janeiro e fevereiro, que correspondem ao período chuvoso.
No Centro-Oeste e Sudeste temos picos durante os meses de março a julho; e no Sul, abril a agosto quando também circula o vírus da gripe (Influenza).
A transmissão viral do Vírus Sincicial Respiratório ocorre de forma similar aos vírus da gripe e da covid-19 – “O contágio se dá pelo contato direto com as secreções eliminadas pela pessoa infectada quando tosse, espirra ou fala e, de forma indireta, pelo contato com superfícies e objetos contaminados (brinquedos e maçanetas de portas, por exemplo), nos quais o vírus pode sobreviver por várias horas”.
“Após o contato de uma pessoa com o vírus, o período de incubação é de 4 a 5 dias, ou seja, os sintomas serão sentidos após passar esses dias” (Dr.ª Sani Santos Ribeiro – Pediatra e Pneumologista infantil).
Sintomas, diagnóstico e tratamentos do Vírus Sincicial Respiratório
Os sintomas do VSR são também similares aos da gripe: secreção nasal, tosse seca, dor de garganta e cabeça e febre baixa. Existem casos de infecção assintomática, contudo, algumas pessoas apresentam um quadro de progressão infecciosa – o vírus pode atingir o trato respiratório inferior e comprometer a circulação do oxigênio.
É preciso prestar bastante atenção caso o paciente apresente febre alta, muita tosse e dificuldade para respirar, falta de apetite e letargia, além da cianose labial e nas extremidades, pieira e tiragem intercostal.
O diagnóstico deve ser feito por um profissional capacitado e é preciso considerar todo o quadro de infecção. Exames de sangue podem ser pedidos para conferir o sistema imunológico do paciente; e para um diagnóstico mais preciso e eficiente é necessário a coleta de amostras swab da nasofaringe ou lavado/aspirado broncoalveolar nos casos internados.
O tratamento para VSR consiste apenas em medidas de suporte, já que não existe vacina para o vírus. “Na maioria dos casos, basta recorrer a medicamentos para baixar a febre, aliviar a dor e o mal-estar, fazer repouso, tomar muito líquido para evitar a desidratação e permanecer em ambientes com ar umidificado para facilitar a saída da secreção nasal e acalmar a tosse”.
Em casos mais graves é preciso hospitalização para que o paciente receba suporte ventilatório mecânico e medicação mais específica, como broncodilatadores e antibióticos. A ribavirina é hoje a única droga licenciada para tratamento das infecções pelo VSR, porém seu uso ainda é bastante restrito.
Realização de testes na população
Em parceria com hospitais do estado de São Paulo, realizamos os exames do Painel Respiratório Básico por RT-PCR multiplex para os pacientes com sintomatologia para SARS-CoV-2, estamos observando que 5% dos casos são positivos para VSR, isto auxilia muito na tomada de decisões.
Com o compromisso de tornar os testes moleculares acessíveis para toda a população, o laboratório se compromete com a inovação, o desenvolvimento e a alta qualidade do serviço prestado, tornando assim uma excelente fonte de confiabilidade e respeito.
Lembrando sempre que a melhor forma de combater esses vírus é respeitando o distanciamento social, fazer a higienização de superfícies e mão e usar máscaras.
E lembre-se:
Caso a pessoa apresente dificuldade para respirar, febre alta e coloração azulada nos lábios e unhas, procure atendimento médico!
Adultos maiores de 60 anos, crianças com menos de 2 anos, pessoas transplantadas e imunodeprimidos, pessoas com doenças cardíacas e pulmonares são pacientes de risco para a forma grave da infecção pelo VSR.
Considere a dor de ouvido dos bebês e das crianças pequenas como um sintoma de uma infecção aguda da orelha média[4], que ocorre quando o vírus sincicial respiratório penetra nos espaços atrás do tímpano.
Referências
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